quinta-feira, 5 de setembro de 2013



Vereador Marcos aponta soluções 
para a questão da água em Natal

Na audiência pública que debateu “A problemática da água em Natal”, na Câmara Municipal, dia 23, o vereador Marcos Antônio (PSOL) abordou temas importantes sobre o futuro do suprimento de água na capital potiguar.
Ele apontou alguns pontos críticos para que, a partir da audiência pública, fossem encaminhadas soluções. O parlamentar chamou a atenção das autoridades públicas nas três esferas de poder – municipal, estadual e federal.
“Natal tem alguns pontos críticos, que afetam diretamente não só a qualidade da nossa água, como também podem se constituir em graves e críticos problemas futuros para a nossa cidade”, falou Marcos Antônio.
O vereador enumerou várias questões, a começar pelos dejetos sanitários. Ele afirmou que a cidade de Natal não tem um sistema adequado para tratamento de água. Alertou, como exemplo, os depósitos nas lagoas de estabilização em Guarapes, que a qualquer momento, numa situação de alta pluviosidade, pode provocar um desastre e ocasionar uma grande poluição no Rio Potengi.
CEMITÉRIOS
Destacou outro problema que ainda não havia sido abordado na audiência, antes de sua intervenção, que é a questão dos cemitérios, principalmente os da periferia. O Cemitério de Igapó, por exemplo, é uma fonte constante de preocupação. “A cada chuva que cai, os restos mortais vão parar no meio da estrada e a água que passa dentro do cemitério vai direto para as lagoas de capacitação, que são os pontos de realimentação do nosso lençol freático”, disse.
Marcos atentou que isso não acontece somente em Igapó. “O cemitério do Pajuçara é pior ainda, pois a lagoa que se forma fica em frente, inundando o cemitério. E essa água infiltra-se no solo degradando mais ainda o lençol freático da capital”.
MANGUEZAIS
Ele também abordou a questão da destruição do manguezal inteiro da zona norte, que é um filtro e berçário de vida. De acordo com o parlamentar, a sua destruição está assoreando o Rio Potengi, que por sua vez é quem recebe os detritos. “Uma vez assoreado, vamos colocar nossos detritos aonde?”, indagou o parlamentar do PSOL, acrescentando que o Rio Potengi passará a ser um córrego direto para o mar de águas não tratadas.
MANANCIAIS
Também abordou sobre a questão dos mananciais. “Me preocupa muito, pois a cada dia, os nossos mananciais estão dando sinais de esgotamento. A gente planeja uma adutora, por exemplo, com uma capacidade. E essa capacidade vai aumentando à medida que vamos verticalizando a cidade, aumentando a concentração, mas não há uma preocupação no redirecionamento, tanto no esgotamento como do suprimento do manancial”, lamentou Marcos Antônio.
Ele informou que, nesse momento de seca, a Lagoa de Extremoz “baixou um nível nunca visto antes”. “O que é que nós estamos fazendo para reagir a isso? Nós temos que localizar os principais mananciais de manutenção desta lagoa e se for possível criar novos, nem que sejam artificiais, através de perfuração de poços, que possam incrementar ou recuperar pelo menos o potencial inicial”, recomendou.
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
O parlamentar chamou a atenção dos secretários presentes à audiência sobre as ETE’S (Estação de Tratamento de Efluentes). Ele criticou que, tecnologicamente a capital do RN é muita limitada, pois só utiliza tecnologia de separação e recuperação mecânica, que é feita através da decantação, filtração e purificação. Em sua opinião, seriam mais interessantes os processos aeróbicos. “É um processo que, apesar de ser inicialmente um pouco mais trabalhoso, sob o ponto de vista da construção, mas se mostra operacionalmente mais barato. É preciso estudar esses casos. Na ETE do Baldo, a gente poderia ter utilizado essa tecnologia, que é empregada em navios”, disse.

Marcos Antônio finalizou, advertindo que o futuro do nosso suprimento de água que existe no mundo irá aderir a destilação marítima industrial. “Esse é o caminho futuro, caso não implantarmos medidas urgentes de preservação dos mananciais naturais”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário