Vereador Marcos aponta soluções
para a
questão da água em Natal
Na audiência pública que debateu “A
problemática da água em Natal”, na Câmara Municipal, dia 23, o vereador Marcos
Antônio (PSOL) abordou temas importantes sobre o futuro do suprimento de água
na capital potiguar.
Ele
apontou alguns pontos críticos para que, a partir da audiência pública, fossem
encaminhadas soluções. O parlamentar chamou a atenção das autoridades públicas
nas três esferas de poder – municipal, estadual e federal.
“Natal
tem alguns pontos críticos, que afetam diretamente não só a qualidade da nossa
água, como também podem se constituir em graves e críticos problemas futuros
para a nossa cidade”, falou Marcos Antônio.
O
vereador enumerou várias questões, a começar pelos dejetos sanitários. Ele
afirmou que a cidade de Natal não tem um sistema adequado para tratamento de
água. Alertou, como exemplo, os depósitos nas lagoas de estabilização em
Guarapes, que a qualquer momento, numa situação de alta pluviosidade, pode provocar
um desastre e ocasionar uma grande poluição no Rio Potengi.
CEMITÉRIOS
Destacou
outro problema que ainda não havia sido abordado na audiência, antes de sua
intervenção, que é a questão dos cemitérios, principalmente os da periferia. O Cemitério
de Igapó, por exemplo, é uma fonte constante de preocupação. “A cada chuva que
cai, os restos mortais vão parar no meio da estrada e a água que passa dentro
do cemitério vai direto para as lagoas de capacitação, que são os pontos de
realimentação do nosso lençol freático”, disse.
Marcos
atentou que isso não acontece somente em Igapó. “O cemitério do Pajuçara é pior
ainda, pois a lagoa que se forma fica em frente, inundando o cemitério. E essa
água infiltra-se no solo degradando mais ainda o lençol freático da capital”.
MANGUEZAIS
Ele
também abordou a questão da destruição do manguezal inteiro da zona norte, que
é um filtro e berçário de vida. De acordo com o parlamentar, a sua destruição
está assoreando o Rio Potengi, que por sua vez é quem recebe os detritos. “Uma
vez assoreado, vamos colocar nossos detritos aonde?”, indagou o parlamentar do
PSOL, acrescentando que o Rio Potengi passará a ser um córrego direto para o
mar de águas não tratadas.
MANANCIAIS
Também
abordou sobre a questão dos mananciais. “Me preocupa muito, pois a cada dia, os
nossos mananciais estão dando sinais de esgotamento. A gente planeja uma
adutora, por exemplo, com uma capacidade. E essa capacidade vai aumentando à
medida que vamos verticalizando a cidade, aumentando a concentração, mas não há
uma preocupação no redirecionamento, tanto no esgotamento como do suprimento do
manancial”, lamentou Marcos Antônio.
Ele
informou que, nesse momento de seca, a Lagoa de Extremoz “baixou um nível nunca
visto antes”. “O que é que nós estamos fazendo para reagir a isso? Nós temos
que localizar os principais mananciais de manutenção desta lagoa e se for
possível criar novos, nem que sejam artificiais, através de perfuração de
poços, que possam incrementar ou recuperar pelo menos o potencial inicial”,
recomendou.
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
O
parlamentar chamou a atenção dos secretários presentes à audiência sobre as ETE’S
(Estação de Tratamento de Efluentes). Ele criticou que, tecnologicamente a
capital do RN é muita limitada, pois só utiliza tecnologia de separação e
recuperação mecânica, que é feita através da decantação, filtração e
purificação. Em sua opinião, seriam mais interessantes os processos aeróbicos. “É
um processo que, apesar de ser inicialmente um pouco mais trabalhoso, sob o
ponto de vista da construção, mas se mostra operacionalmente mais barato. É preciso
estudar esses casos. Na ETE do Baldo, a gente poderia ter utilizado essa
tecnologia, que é empregada em navios”, disse.
Marcos
Antônio finalizou, advertindo que o futuro do nosso suprimento de água que
existe no mundo irá aderir a destilação marítima industrial. “Esse é o caminho
futuro, caso não implantarmos medidas urgentes de preservação dos mananciais
naturais”.
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