terça-feira, 17 de setembro de 2013



 













POLÍTICAS PARA A JUVENTUDE
 Vereador Marcos Antônio critica falta de investimentos 
na educação e saúde: “Aqui, em Natal, só se fala em Copa!”

“Em junho, a juventude foi às ruas e mandou um recado claro. Qual foi a ação dos governos? Aumentou o investimento em educação e saúde? Não! Aqui na nossa capital só se fala na Copa de 2014”, criticou o vereador Marcos Antônio (PSOL) à falta de políticas públicas para os jovens, em seu discurso na Audiência Pública para discutir sobre “O papel do município de Natal no enfrentamento ao extermínio da juventude”, dia 17 de setembro, na Câmara Municipal de Natal.
Marcos Antônio achou oportuna a realização do evento sobre a juventude, pois é preciso debatê-lo com mais profundidade, a começar pelo próprio “quintal” dos vereadores, pois a Câmara Municipal, na maioria dos seus vereadores, tem se mostrado uma casa “conservadora”, de “tradição secular”, que vê o problema da violência infantil única e exclusivamente como um “caso de polícia”.
Para o parlamentar, a Câmara “não faz autocrítica e nem faz um diagnóstico de que, antes de um problema de polícia, isso é um problema social”, acumulado não só agora neste governo, mas há décadas, por falta de compromisso com a juventude, com o povo de Natal e do RN.
Afirma que as atuais oligarquias fazem política apenas “olhando para o próprio umbigo”. E, para ele, a juventude é uma das mais prejudicadas nesta relação. Para o parlamentar, o desvio de milhões de reais da educação, da geração de emprego e da própria segurança acaba conduzindo mais e mais os jovens para a violência.
“Alguns corruptos, que vêm para esta tribuna, condenados por desvio de dinheiro público, têm a ousadia de chegar aqui e dizer que tem que exterminar mesmo os jovens, porque são bandidos”, mencionou Marcos Antônio, sendo bastante aplaudido.
Só que, de acordo com essa ótica de entendimento equivocada por parte de alguns vereadores, em exterminar os jovens, isto já vem ocorrendo, conforme Marcos Antônio ironizou: “E isso, senhores, os números não negam: são 1.000% no aumento de assassinatos de jovens nos últimos anos em Natal. Estão matando nossos jovens como se matam ratos e baratas”, falou. “E aí, vem-se aqui e faz o diagnóstico”.
Para o vereador do PSOL, todos os gestores públicos são unânimes, no tocante à falta de recursos. “Nem sempre faltam recursos. Há dois itens mais relevantes que têm assassinado os nossos jovens: é a falta de compromisso e de competência administrativa”, criticou.
Marcos Antônio está analisando o relatório de investimentos na área de saúde e constatou que 40% do dinheiro disponível deixou de ser investido. E informou que 83% da verba destinada para manutenção e ampliação dos postos de saúde não foram investidos.  
“Há umas poucas e tímidas ações que nós devemos louvar: Jovem Aprendiz, Pró-Jovem, Pronatec, Proerd. Mas acontece que são programas que atende, no universo de necessidades que temos, meia dúzia de jovens. São programas muito tímidos e muito aquém das demandas que a juventude hoje necessita. O Pró-Jovem, por exemplo, num universo de 1.000 jovens, não contempla 100. E os 900 que estão sobrando ficam aonde? Largada à marginalidade, ao desemprego, a violência no bairro e, principalmente, vulnerável ao recrutamento do tráfico”, mencionou.
Sobre esta questão, ele indagou quem seria culpado pelo aumento do tráfico. “Quem é que combate o tráfico neste país? Que não fecha as nossas fronteiras? E que não investe no Proerd, na prevenção e blindando psicologicamente e socialmente as nossas crianças para não ingressarem e serem recrutadas para o mundo do crime?”, indagou.
O parlamentar acrescentou que tem alguns vereadores, incoerentes, que falam a favor e votam contra a juventude. “Um exemplo prático disto foi a rejeição por maioria de votos da luta travado por nós na CMN, para remover R$ 3 milhões do orçamento da comunicação para as áreas de Urbanização, Segurança e Juventude, Esporte e Lazer. E, depois, voltam a esta tribuna posando de paladino e defensor da juventude”, citou.
Finalizou dizendo que palavras e retórica não irão resolver os problemas da juventude. “O que irá resolver é seriedade, comprometimento e investimento. Estaremos firmes, denunciando e combatendo, nesta fronteira, sendo coerente, dizendo e praticando. E não falando uma coisa e votando contrária à nossa juventude”, encerrou Marcos Antônio.

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