Por mais que
a experimentação animal venha sendo amplamente desacreditada no meio
científico, grande parte da comunidade científica ainda adota o
entendimento de que “o uso dos animais é um mal necessário”.
Homem-Animal, de Grant Morrison (DC Comics) |
Foi visando se aprofundar sobre esta questão que o vereador Marcos
Antônio (PSOL) propôs a realização de Audiência Pública sobre o Método
Alternativo à Experimentação Animal, ocorrida na terça-feira, dia 8, na Câmara
Municipal de Natal.
Segundo o vereador, o objetivo da reunião foi chamar a atenção e
provocar reflexão na sociedade sobre os acontecimentos em torno
dos milhares de animais que são torturados diariamente ao redor do mundo
para testar todo tipo de produtos e teorias científicas, contrariando os
interesses da vida, liberdade e integridade física e psíquica.
Ele destacou que a abordagem é pioneira na Câmara Municipal de Natal,
pois um outro tema, relativo a defesa dos animais, vez por outra é discutido na
casa legislativa. E que, além disso, é importante por trazer à luz e levar para
a sociedade a reflexão do que vem sendo feito aos animais.
Marcos mencionou que só temos noção disso quando o tema afloram, através
de grupos. O parlamentar lamentou a ausência de representantes das instituições
públicas, até para justificar porque essa prática de sacrificar animais para
experimentos científicos ainda vem sendo adotada, classificando-a de “acomodação”.
Já a promotora do Meio Ambiente, Rossana Sudário, acredita que a
ausência dos órgãos explica-se pelo fato de que “essas pessoas não têm a menor
necessidade de discutir o assunto”. “Somos nós que pensamos diferentes; nós que
queremos levar essa discussão para a sociedade”, falou, reconhecendo a
dificuldade enfrentada para se aprofundar sobre o tema a uma questão cultural.
E aproveitou para criticar as entidades de defesa dos animais, que se
ausentaram da discussão. “Não entendo como é que uma pessoa, que se diz protetora
dos animais, consegue ingerir carne. Qual a diferença de um cachorro para um
bife suculento?”, questionou Sudário.
Além da representante
do Ministério Público Estadual, marcaram presença na audiência biólogo Thales
Trez (Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais), Thiago Tavares (da ong
VEDDAS - Vegetarianismo Ético,
Defesa dos Direitos Animais e Sociedade), Úrsula Tatiana (representante da
Frente Parlamentar de Direitos dos Animais) e convidados.
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