No último dia 11, o vereador Marcos Antônio (PSOL) recebeu a visita de quatro estudantes do curso de Ciências Contábeis da Universidade Potiguar (UnP). A comitiva foi formada por Maria da Piedade Marinho, Milena Wanesa Soares Silva, Bárbara Caroline Costa Antas e Brenda Cassimiro das Chagas.
O objetivo
da visita foi fazer uma entrevista com Marcos Antônio para complementar um
trabalho acadêmico. O tema, escolhido pela disciplina de Antropologia, é “A corrupção
e a imagem política em Natal”. As acadêmicas comentaram, no final, que acharam
a entrevista muito esclarecedora.
A primeira
pergunta foi referente à questão da corrupção na administração pública.
Marcos falou
que as pessoas só veem a corrupção na questão macro, mas ela começa desde
coisas pequenas.
Na máquina
pública brasileira, por exemplo, o vereador mencionou que a corrupção se
alastrou como um “câncer” que vem desde a origem do povo brasileiro. “O Brasil,
desde a sua colonização, já nasceu diferente dos outros países. Nós somos uma
colônia de exploração e não de povoamento”, disse, complementando que isso fez
a diferença.
Em outros lugares,
afirma que o povoamento se deu de forma voluntária. E o Brasil herdou os vícios
e as práticas da máquina administrativa de Portugal.
No tocante
ao Rio Grande do Norte, o vereador do PSOL afirmou que é “um estado sem lei”. “Em
Natal, vivemos sob uma prefeitura ilegal, porque a prestação de contas, a
reprovação de contas de um município já está pacificada”, falou.
Indagado
sobre se tem algum conhecimento de condenações por crime de corrupção, Marcos citou
os casos do Foliaduto (gestão Wilma de Faria), Operação Hígia (idem), Operação
Assepsia (gestão Micarla de Sousa), Operação Impacto (vereadores de Natal), que
até agora não houveram punições.
“O poder
político não é sustentável numa só coluna. Ele tem duas sustentações: o Poder
Judiciário e a mídia. Nós temos no nosso Estado e no nosso município uma
imprensa toda vendida, que se locupleta da corrupção do poder público”,
desabafou.
Um das acadêmicas
perguntou se a imagem dos políticos é mal vista pela população. O vereador
disse que há um conformismo por parte da população, que encara a corrupção como
algo natural; e que muitas vezes isso é propagado pela mídia, que tem interesse
na perpetuação desse tipo de corrupção.
Para o
parlamentar, há corrupção nas três esferas de poder: Executivo, Legislativo e
Judiciário. Mas o alvo maior, na sua opinião, são os políticos, por fazerem
parte de um poder “mais aberto”, por estarem mais próximos do tesouro, de “meterem
a mão”. “E aí nós temos uma política conservadora, tradicional e corrupta”,
disse, acrescentando que o entendimento de quem entra na política é para
enriquecer, fazer da política uma profissão, como um trampolim social para ter
um bom salário. E, para isso, pratica todo tipo de corrupção.
Marcos
Antônio acha que está havendo um avanço na questão da denúncia. Mas na questão
da impunidade, não. Na sua ótica, quem gera mais essa maldade (impunidade),
para a sociedade brasileira é o político, o ladrão do colarinho branco, pois
desvia milhões de setores que acabam gerando a morte de milhares de pessoas.
Marcos
Antônio finalizou, comentando que acha que, neste caso, o político deveria
pegar prisão perpétua.
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