terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mike Deodato, um dos três maiores da Marvel Comics, e sua participação na 3ª FliQ

Mike Deodato e eu, na 3ª FliQ




















A III Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), realizada de 21 a 25 de outubro passado, na UFRN, ficou na história da literatura potiguar. Foi nela que tive a oportunidade de conhecer de perto um dos grandes desenhistas de quadrinhos norte-americanos, o paraibano Mike Deodato.
Numa mesa redonda, ao lado do também artista Geraldo Borges, ele falou sobre o seu processo criativo, dia 24. Deodato atualmente desenha a revista dos Vingadores nos EUA. Na ocasião, falou que uma de suas grandes influências é o desenhista norte-americano Neal Adams, uma lenda das HQs de super-heróis dos anos 1970 (Batman, Lanterna Verde, Desafiador, entre outros).
Nascido em Campina Grande, no dia 23 de maio de 1963, Deodato Taumaturgo Borges Filho se tornou quadrinista influenciado pelo seu pai, Deodato Borges, que lhe ensinou a desenhar e foi quem lhe apresentou primeiramente os trabalhos dos mestres Will Eisner, Burne Hogarth e outros. Seu pai era jornalista, radialista, roteirista e quadrinista. Foi o criador do personagem "Flama" nos idos de 1963. Surgido nas novelas de rádio, o personagem foi um dos primeiros a aparecer em revistas em quadrinhos publicadas no Nordeste brasileiro.
Aos 15 anos, em fins da década de 1970, lançou sua primeira revista independente de HQ de seu personagem, o Ninja, em parceria com José Augusto (roteiro), em formato de fanzine.
Nos anos 1980, publicou regularmente charges e cartuns em jornais da Paraíba até lançar o personagem "Carcará". Na mesma década publicou uma revista tamanho gigante - a semelhança das edições de fim-de-ano dos gibis americanos - "3000 Anos Depois", uma saga de ficção científica. Logo depois lançou "A História da Paraíba" em quadrinhos.
Deodato se revela para o mundo depois de desistir do curso de comunicação pela UFPB, e participar do XIII Salão Internacional de Angoulême, na França. A partir daí, ao mesmo tempo em que trabalhou como diagramador e desenhista nos jornais paraibanos, publicou trabalhos na Europa – Bélgica, França e Portugal.
Na década de 1990, desenhou “Lost in Space” e “Beauty and the Beast”, pelo selo de quadrinhos americano Innovation Comics, sendo estas baseadas em séries de TV. Desenhou ainda “Miracleman Triumphant” (com Fred Burke no roteiro) pela editora Eclipse, e "Hibrides", com arte-final do seu ídolo Neal Adams, um monstro sagrado dos quadrinhos, na Editora Continuity do próprio Neal Adams.
Se tornou conhecido no mercado americano e mais ainda no brasileiro ao desenhar em 1994 a Mulher-Maravilha para a DC Comics (editora do Super-Homem, Batman, Lanterna Verde, Liga da Justiça). Antes, em 1992, ele já tinha feito um trabalho para a Malibu Comics (Santa Claws, conhecido como "Noite Mortal" no Brasil). Contratado pela Marvel Comics, ele ilustraria vários heróis bastante populares do público norte-americano (Vingadores, Thor, Hulk e Electra). Pela Image Comics desenhou Glory, personagem cuja série foi publicada no Brasil pela Editora Abril.
O traço "clássico" de Deodato (como o de contemporâneos como Jim Lee) além de lembrar ilustres antecessores (Frank Frazetta, Neal Adams e Will Eisner) tem um domínio do claro-escuro digno de nota, seja em preto-e-branco ou colorido (vide o site Glass House Graphics).
O traço "comics" de Deodato , apesar de ter a agilidade típica dos quadrinhos norte-americanos, tem influência de grandes desenhistas "comics" como Carmine Infantino, Gil Kane e Sal Buscema; passeia entre a caricatura e o desenho estilizado-realista de artistas mais novos, como George Pérez (vide Omelete entrevista Deodato Jr.), em "Proposta de Deodato para o homem-morcego" e "Wonder Woman").

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