quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Bate-boca entre vereadores deixa orçamento de 2014 a ver navios



















A sessão da Câmara Municipal de Macaíba desta quinta-feira, dia 7, foi marcada por bate-boca entre os vereadores. Muita gente compareceu achando que seria definido as datas das audiências públicas sobre o orçamento de 2014, o que não ocorreu. Segundo o vereador Antônio França (PTN), as audiências não poderiam ser marcadas uma vez que a Secretaria Municipal de Planejamento não enviou o PPA (Plano Pluri-Anual) à Câmara Municipal em tempo hábil, o que só deverá ocorrer na próxima semana.

Mas o que deixou a entender para o público presente é que os vereadores – não todos –, estavam mais preocupados com o que está sendo publicado constantemente nas redes sociais de Macaíba contra o Poder Legislativo ao invés de votarem projetos que beneficiem, de fato, a população macaibense.

Praticamente todas as discussões giraram em torno do projeto da BIC (Base Integrada Cidadã), de autoria da vereadora Kátia Sena (PRP), que foi rejeitado na semana passada. A sensação na plateia era a de que quase todos os vereadores estavam contra a esposa do ex-vereador Thomás Sena.

Para o vereador Luiz Gonzaga Soares (PSB), a população está interpretando de forma equivocada que os vereadores votaram contra a segurança pública. Ele disse que os blogs publicaram matérias sobre a BIC que estão gerando comentários negativos contra o Poder Legislativo macaibense. “Só numa matéria há mais de 20 intervenções. A segurança é dever do Estado e da União, conforme a Constituição Federal, e não do Município (...). Os leigos, que não são assim porque querem, não conhecem a lei. Mas ninguém diz que o culpado é o governo do Estado”, falou Luizinho.

O vereador do PSB mencionou que não é por falta de policiais que estão ocorrendo vários homicídios na cidade, mas pela falta de investimentos em políticas públicas ao longo dos anos.

A vereadora Socorro Nogueira corroborou com o discurso de Luizinho e relatou que, no dia 7 (quarta-feira), ao andar pelas ruas da cidade, foi abordada por uma popular que questionou a sua postura diante do projeto de Kátia Sena. “Qualquer projeto que eu vote contrária, estou votando consciente. Não sou induzida por ninguém”, disse, acrescentando que a questão da insegurança em Macaíba é devido a incompetência do Governo do Estado.

Por sua vez, Kátia Sena justificou que o seu intuito não foi expor nenhum colega parlamentar, quando apresentou o projeto. Afinal, disse ela, uma das suas funções é legislar. “Eu acho que eu não infligi ninguém nesse sentido. Se os blogs estão levando pra esse lado, eles são livres, como nós deveríamos ser”, falou.

Kátia sugeriu que a Câmara Municipal deveria utilizar de ferramentas midiáticas para evitar repercussões negativas, como, por exemplo, a transmissão das sessões pela rádio comunitária 87 FM, sem custos para o Poder Legislativo. Ela defendeu que é preciso a Câmara Municipal investir em outros mecanismos para divulgar o que é discutido entre os vereadores para evitar que haja uma compreensão equivocada pelo povo.
Fogo contra fogo: mesmo cirurgiada, Kátia Sena enfrentou sozinha vários colegas que discordam do seu projeto de segurança para Macaíba

“Eu discordo veementemente dos colegas no seguinte sentido: eu, enquanto vereadora, vendo essas mortes, fico envergonhada por fazer parte do Poder Legislativo e dizer: ‘Ah, é competência do Estado’”.

Kátia Sena revelou que está se dedicando a questão da segurança pública e que está estudando os lugares onde as experiências na área deram certo. “O Estado já mostrou que é incompetente. Não só pra isso, mas isso em especial. Então, a gente vai ficar vendo essas mortes acontecerem?”, questionou, acrescentando que não era leviana para apresentar um projeto sem antes ter pesquisado a respeito. “A cidade está sendo exterminada (...). Não me sinto culpada, me sinto responsável”.

Kátia reconhece que somente o policiamento não resolve, mas já seria um passo. A parlamentar confessou estar dormindo inquieta todas as noites, ao parafrasear um dos jovens na Audiência Pública sobre Segurança. “Eu me sinto incomodada por ser vereadora e dizer o que estou fazendo para contribuir neste processo. Mesmo reconhecendo que é responsabilidade do Governo do Estado, existem, sim, ações que podemos fazer aqui”, reforçou.

BATE-BOCA

Mas, no calor das discussões, entre um aparte e outro, se iniciou um bate-boca envolvendo Kátia Sena, Edma Dantas Maia (PROS) e Rodrigo Nasser (PSDB). “Algum problema, vereadora?”, questionou Kátia a Edma, ao observar que a sua colega estaria resmungando, após lhe negar um aparte e que os gestos de Edma estariam atrapalhando o seu raciocínio.

Com Rodrigo Nasser a discussão foi direcionada à questão da transmissão das sessões da Câmara Municipal pela rádio comunitária 87 FM. Kátia contou que quando fez o requerimento sobre o assunto um dos primeiros vereadores que procurou foi Rodrigo. E ele rebateu, alegando que aquele tema era questão de bastidores e não para ser discutido naquela sessão. “O senhor olhou pra mim e disse: ‘eu não quero problemas com o prefeito, não”, confrontou Kátia Sena, sendo bastante aplaudida pelo público.

- A gente tem que assumir o que fala; tem que ter responsabilidade no que diz (...). O que estou sentindo de vocês é que estão chateados por causa das redes sociais. A resposta que eu dou é o meu trabalho. É projeto de lei - complementou.

Em seguida, a vereadora do PRP pediu licença ao presidente em exercício Silvan Freitas para se retirar da sessão, “não por covardia, mas por estar cirurgiada”. Mas os discursos continuaram.

Kátia Sena se submeteu a uma cirurgia, dias atrás.

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